APRESENTAÇÃO DO ESPETÁCULO de 13-6-2025

 Olá, boa noite e obrigada a todos por terem vindo assistir ao espetáculo da Oficina de Teatro da turma do 10º ano.

Gostava de vos apresentar rapidamente o nosso trabalho, baseado na peça de José Saramago, Que farei com este livro? publicada em 1980.

Os 34 alunos da turma do 10º ano leram a obra, refletiram sobre a mensagem e adaptaram pontualmente algumas falas da peça. Todos os alunos aprenderam um papel e prepararam a sua subida ao palco tratando igualmente de todas as outras questões ligadas à montagem de um espetáculo teatral: do cenário, dos sons, das luzes, dos adereços e do guarda-roupa para dar apenas alguns exemplos. Outro contratempo que nos surgiu prende-se com a baixa médica da professora e com a taxa de ocupação deste anfiteatro que nos obrigou a só poder apresentar o nosso espetáculo hoje, dia 13 de junho. Alguns de nós não podem estar presentes e foram substituídos, em cima da hora, por alunos da turma de 3e da Secção Portuguesa a quem agradecemos a disponibilidade para nos ajudar. Faço por isso questão de os referir individualmente: a Eléonor Poujol, a Helena Sotero, a Lara Varandas e a Sara Pires da Cruz.

Passemos à obra de Saramago cuja escolha merece uma explicação:

·        Que farei com este livro? leva-nos até ao século dezasseis, mas mantem a sua atualidade, no que diz respeito à importância da leitura e dos artistas na sociedade portuguesa por parte de quem está no poder. Ontem, como hoje, os escritores nem sempre mereceram, e nem sempre merecem, a atenção que se impõe: Camões e Saramago souberam-no bem! A obra é ainda atual pela presença da corrupção: para se conseguir publicar e divulgar um livro há que conhecer as pessoas certas, há que procurar apoios que não surgem sempre pelo valor que a obra tem…

 

·        Quando se celebram os quinhentos anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, pensámos que seria uma boa maneira de festejar o valor do Príncipe dos Poetas mostrando as dificuldades que teve para publicar “Os Lusíadas”. Numa sociedade corrupta, como era a sociedade portuguesa da década de setenta do século XVI, vemos como lutou um escritor para imprimir a sua obra num contexto complicado que nunca é demais recordar:

 

- As viagens marítimas portuguesas tinham começado há mais de cem anos;

- Portugal tinha visto chegar muita riqueza de além-mar e já começava a entrar em decadência;

- D. Sebastião tinha, à época, dezasseis anos, não queria casar e sonhava com Alcácer-Quibir para relançar a expansão marítima;

- Esse nosso rei vivia rodeado de gente que o queria manipular, desde a família até à Inquisição;

- A Inquisição tentava controlar tudo e todos censurando livros e prendendo injustamente pessoas;

- A Corte, o rei e o neto de Vasco da Gama não se interessavam por livros;

- Portugal estava a dez anos de perder a independência e de ficar sob o domínio filipino.

E mais não digo para vos deixar descobrir o trabalho que realizámos. Agradeço, em nome da turma, a todos os que nos ajudaram a montar a peça: Antoine Patry, Maja Perthuisot, professores do 10º ano, Isabel Patrício e, por último, mas não menos importante, todas as nossas famílias. Agradeço que desliguem os telemóveis e que não tirem fotografias com flash durante a representação.

Bom espetáculo!

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